O experimento a seguir, além de mostrar na prática aspectos relacionados com as interações ou forças intermoleculares, é também algo bem divertido, pois você aprenderá a fazer bolhas de sabão gigantes. Veja como é fácil de fazer:
Materiais e reagentes:
* Detergente;
* Água;
* Xarope de milho;
* Mangueira ou bambolê;
* Bacia plástica bem grande.
Procedimento Experimental:
Coloque na bacia plástica 100 mL de detergente, 100 mL de água e 50 mL de xarope de milho. Sempre siga essa mesma proporção. Se for fazer uma quantidade maior, sempre coloque a mesma quantidade de água e detergente e a metade de xarope de milho.
Misture bem e deixe essa mistura descansar por dois dias. Pronto! Agora você pode pegar o arco feito com a mangueira ou o próprio bambolê, passá-lo pela mistura e levantá-lo para ver a formação de bolhas enormes.
Agora veja a explicação química para esse fenômeno:
Resultados e Discussão:
Bem, você já tentou fazer uma bolha somente com água? Isso não é possível porque as moléculas de água interagem umas com as outras com uma força intermolecular muito forte, a ligação de hidrogênio. O oxigênio de uma molécula de H2O é atraído pelo hidrogênio de outra molécula de água. Assim, é muito difícil separar essas moléculas para formar uma bolha.
As moléculas que se situam na superfície da água exercem essa atração apenas com moléculas abaixo e ao lado delas, pois não existem moléculas na parte de cima. Isso origina a chamada tensão superficial, que é uma fina camada sobre a superfície da água.
A fim de diminuir essa superfície ao mínimo e ficar mais estável, a bolha adquire o formato esférico, com menor área de superfície e volume.
Quando adicionamos o detergente, ele diminui a tensão superficial da água, por isso é chamado de agente tensoativo ou surfactante. As moléculas do detergente interagem com as moléculas de água que restaram, separando-as e mantendo a bolha. No entanto, com o passar do tempo, a água da bolha vai evaporando até que ela estoure.
Para impedir que isso ocorra com tanta facilidade, adicionamos o xarope de milho, que é a nossa “arma secreta” nesse experimento. O xarope de milho é formado por 80% de glicose e 20% de frutose, que são monossacarídeos ou oses. Essas substâncias possuem em sua estrutura vários grupos hidroxila (OH), conforme mostra a figura a seguir:
Estruturas da glicose e da frutose com grupos hidroxila em destaque.
As moléculas com vários grupos hidroxila podem realizar ligações de hidrogênio com as moléculas de água. Essas fortes interações com a água dificultam a sua evaporação e propiciam bolhas enormes e mais resistentes.
Por Jennifer Fogaça
Graduada em Química