As substâncias ao nosso redor possuem propriedades e utilizações totalmente diversificadas. Vários fatores interferem nessas propriedades, sendo que as quatro principais são o tipo de ligação química realizado pelos átomos dos elementos que as compõem, o tipo de força intermolecular, a polaridade e a geometria molecular.
Por exemplo, a geometria molecular pode determinar se uma molécula é polar ou não e, por isso, influenciar no seu ponto de fusão, ponto de ebulição, solubilidade e assim por diante. É o caso da água, que, em razão do fato de possuir uma geometria angular, torna-se uma molécula polar, e somente substâncias polares podem se dissolver nela.
Falaremos aqui desta última, sendo que a forma com que os núcleos dos átomos de uma molécula estão dispostos no espaço faz com que ela adquira uma geometria ou uma disposição espacial específica. Atualmente existem várias técnicas para se descobrir a geometria da molécula, como a observação dos seus cristais, o uso de difração de raios X e a microscopia eletrônica. Existem também várias teorias e modelos para explicar e nos ajudar a determinar a geometria molecular, tais como a interpenetração de orbitais, a hibridização e a teoria da repulsão dos pares eletrônicos, também conhecida como teoria da repulsão dos pares de elétrons da camada de valência.
Essa teoria é aplicada para moléculas que possuem um átomo central rodeado ou ligado por vários outros átomos. Ela está baseada no fato de que os pares eletrônicos ao redor do átomo, quer estejam participando de uma ligação, quer não, comportam-se como nuvens eletrônicas (simbolizadas por “balões”). Essas nuvens eletrônicas repelem-se, ficando orientadas em um ângulo mais distante possível.
Portanto, as nuvens eletrônicas podem representar:
Possibilidades de correspondência de uma nuvem eletrônica
Segundo essa teoria, todas as moléculas diatômicas, isto é, formadas apenas por dois átomos, possuem geometria linear, pois não possuem átomo central e a maior distância possível que os átomos podem ficar um do outro é de um ângulo de 180º:
Geometria linear para molécula de hidrogênio
Veja os demais exemplos a seguir:
1. Molécula com três átomos: Pode ser geometria linear ou angular.
1.1. Linear: Quando o átomo central não possui par de elétrons emparelhados disponível.
Geometria linear para molécula com três átomos
1.2. Angular: Quando o átomo central possui par de elétrons emparelhados disponível. Exemplo: SO2
Geometria angular para molécula com três átomos
2. Molécula com quatro átomos:
2.1. Trigonal plana ou triangular: Quando o átomo central não possui par de elétrons emparelhados disponível: Exemplo: SO3
Geometria triangular ou trigonal plana para molécula com quatro átomos
2.2. Piramidal ou pirâmide trigonal: Quando o átomo central possui par de elétrons emparelhados disponível. Exemplo: NH3
Geometria piramidal ou pirâmide trigonal para molécula com quatro átomos
3. Molécula com cinco átomos:
3.1. Tetraédrica com ângulo de 109°28’: Quando o átomo central não possui par de elétrons emparelhados disponível. Exemplo: CH4
Geometria tetraédrica para molécula com cinco átomos
3.2. Quadrado Planar: Quando o átomo central não possui par de elétrons emparelhados disponível. Exemplo: ICl4-
Geometria quadrado planar para molécula com cinco átomos
4. Molécula com seis átomos:
4.1. Bipirâmide trigonal ou Bipirâmide triangular. Exemplo: PCl5
Geometria Bipirâmide trigonal ou bipirâmide triangular para molécula com seis átomos
4.2. Pirâmide Quadrada: Exemplo: IF5
Geometria Pirâmide Quadrada para molécula com seis átomos
5. Molécula com sete átomos: Octaédrica. Exemplo: SF6
Geometria octaédrica para molécula com sete átomos
Por Jennifer Fogaça
Graduada em Química
Videoaula relacionada: